7 de janeiro de 2013

COMO TIRÁ-LOS DO VÍCIO?


O Brasil é o país onde mais se consome crack no mundo, com 1 milhão de pessoas que já usaram a substância pelo menos uma vez, segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito pelo Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

O médico explica como o crack age para tornar o usuário dependente. “O pulmão tem muitos vasos sanguíneos para absorver o oxigênio e respiramos 16 segundos para manter o organismo funcionando. O crack vai com a mesma velocidade do oxigênio para o cérebro e, rapidamente, o usuário já precisa de outra dose. Fica uma necessidade vital de consumir a substância. A sensação que eles têm é como se ficássemos 1 minuto sem respirar. Por isso ficam desesperados.”



Esse desespero faz os viciados se sujeitarem a tudo para conseguir novas pedras de crack, como relatam ex-usuárias da droga. “Eu morei na rua por 8 anos e fumei crack por 5. O pico do prazer durava pouco e eu queria sempre mais. Depois da euforia vinha uma dor no corpo, estômago, depressão e eu ficava nervosa. Nem me preocupava com banho ou comida”, conta Fernanda Alves, de 33 anos, que chegou a abandonar a filha e deixou que a mãe morresse antes de voltar ao mundo real. 




Fernanda saiu de casa aos 15 e buscou apoio em uma entidade religiosa para se livrar do vício. Atualmente trabalha para recuperar viciados e se depara com situações em que, por exemplo, recolhe pedras e cachimbos das mãos de usuários em busca de tratamento. Ao sentir o cheiro da droga, confessa, tem a sensação de que fumou no dia anterior. 



Experiência parecida foi vivenciada por Tatiana Gomes Martins, de 25 anos. “Com 11 anos eu saí de casa e aos 12 eu estava no crime, já viciada em maconha e loló (lança-perfume). Comecei a traficar e um dia resolvi experimentar o crack. Foi eu dar uma ‘lapada’ e acabou a vida”, descreve Tatiana. “Fiquei 6 anos como se fosse aquele mesmo dia, perdi o sentido da vida. Fui morar na cracolândia, em São Paulo, e para conseguir mais pedra cometia delitos e até cheguei a me prostituir”, acrescenta.



Para deixar as drogas, Tatiana contou com a ajuda da mãe, mudou de cidade, buscou auxílio religioso e também trabalha para tirar as pessoas da dependência química. “Tenho vontade de dizer a todos os usuários para acordarem para a vida, enquanto é tempo. E os pais nunca devem desistir dos filhos. Minha mãe lutou por mim. Ela acreditava que eu ia mudar”, diz ela, lembrando que o desejo do viciado de sair das drogas é o primeiro e mais importante passo para a recuperação.

Fernando Poffo | Arte: Edi Edison
fernando.poffo@folhauniversal.com.br



Um comentário:

  1. DEVEMOS AJUDAR ESSAS PESSOAS,E SE FOSSE NÓ NO LUGAR DESSAS PESSOAS QUE ESTÃO NOS VÍCIOS? É GOSTARÍAMOS DE UMA AJUDA NÉ POIS TEM ALGUNS VICIADOS QUE FALAM QUE NÃO PRECISAM DE AJUDA OU QUE QUANDO QUISER ELE SAI DESTA VIDA,MAS É OBVIO QUE ISSO NÃO É VERDADE.GENTE VAMOS LA RESGATAR E AJUDAR A TODOS,NÃO SÓ AGORA NESTA CAMPANHA MAS SEMPRE...

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